Um documentário maravilhoso que conta a trajetória de atores negros nas telenovelas brasileiras, mostrando de forma clara e objetiva o preconceito a cerca dos atores negros.
Uma fala que me incomodou muito, foi do diretor Walter Avancini que diz:
Que na escolha da atriz para o papel de Gabriela, cravo e canela, um clássico de Jorge Amado, ele entrevistou mais ou menos 80 atrizes negras e nenhuma capaz de fazer esse papel.
Outra coisa que me deixa muito incomodada é uma fala da maravilhosa Zezé Motta que em uma novela global, não lembro qual e nem a data, fez papel romântico com o ator/diretor Marcos Paulo, e nos estúdios de gravação recebiam cartas perguntando se Marcos estava tão necessitado de dinheiro para se humilhar daquele jeito, beijando uma negra em rede nacional.
A hipocrisia da tal "democracia racial" no Brasil é tanta que até hoje, nossos maravilhosos atores negros ainda são vítimas dos esteriótipos criados para eles. Hoje ainda tem o agravante do negro fazer papeis de bandidos, a gostosa do bairro, e ainda permanecem os papeis de capataz, empregada doméstica etc...
Cia de Dança Afro que pesquisa a cultura africana e afro-brasileira.
sábado, 28 de maio de 2011
quinta-feira, 12 de maio de 2011
NEGRITUDE - "VIVA O 13 DE MAIO"
Ouço o eco gemendo,
Os gritos de dor,
Dos navios negreiros.
Ouço o meu irmão,
Agonizando a fala,
Lamentando a carne
Pisada,
Massacrada,
Corrompida.
Sinto a dor humilhante,
Do pudor sequestrado,
Do brio sem arbítrio,
Ao longe atirado,
Morto e engavetado,
Na distância do tempo.
Dói-me a dor do negro,
Nas patas do cavalo,
Dói-me a dor dos cavalos.
Arde-me o sexo ultrajado
Da negra cativa,
Usada no tronco,
Quebrada e inservida,
Sem prazer de sentir,
Sem desejos de vida,
Sem sorrisos de amor,
Sem carícias sentidas,
Nos seus catorze anos de terra.
Dói-me o feto imposto ao negro útero virgem.
Dói-me a falta de registro,
do negro nunca visto
Além das senzalas,
No comer no cocho,
No comer do nada.
Sangra-me o corte na pele,
Em abertas feridas,
De dores doídas,
No estalo da chibata.
Dói-me o nu do negrinho
Indefeso escravozinho,
Sem saber de razões.
Dói-me o olho esbugalhado,
No rosto suado,
No medo cravado,
No peito do menino.
Dói-me tudo e sobre tudo,
O imporque do fato.
MEUS PÊSAMES SINCEROS A MENTIRA MULTICOLOR DA PRINCESA ISABEL.
Mas contudo,
Além de tudo
E muito mais por tudo,
Restou-me invulnerável,
Um imutável bem:
Ultrajadas as raízes,
Negados os direitos,
Ninguém roubou-me o lacre da pele.
Nenhum senhor. NINGUÉM!
Geni Mariano Guimarães (Axé - Antologia Contemporânea de Poesia Negra Brasileira, Global Editora, Organização Paulo Colina).
Os gritos de dor,
Dos navios negreiros.
Ouço o meu irmão,
Agonizando a fala,
Lamentando a carne
Pisada,
Massacrada,
Corrompida.
Sinto a dor humilhante,
Do pudor sequestrado,
Do brio sem arbítrio,
Ao longe atirado,
Morto e engavetado,
Na distância do tempo.
Dói-me a dor do negro,
Nas patas do cavalo,
Dói-me a dor dos cavalos.
Arde-me o sexo ultrajado
Da negra cativa,
Usada no tronco,
Quebrada e inservida,
Sem prazer de sentir,
Sem desejos de vida,
Sem sorrisos de amor,
Sem carícias sentidas,
Nos seus catorze anos de terra.
Dói-me o feto imposto ao negro útero virgem.
Dói-me a falta de registro,
do negro nunca visto
Além das senzalas,
No comer no cocho,
No comer do nada.
Sangra-me o corte na pele,
Em abertas feridas,
De dores doídas,
No estalo da chibata.
Dói-me o nu do negrinho
Indefeso escravozinho,
Sem saber de razões.
Dói-me o olho esbugalhado,
No rosto suado,
No medo cravado,
No peito do menino.
Dói-me tudo e sobre tudo,
O imporque do fato.
MEUS PÊSAMES SINCEROS A MENTIRA MULTICOLOR DA PRINCESA ISABEL.
Mas contudo,
Além de tudo
E muito mais por tudo,
Restou-me invulnerável,
Um imutável bem:
Ultrajadas as raízes,
Negados os direitos,
Ninguém roubou-me o lacre da pele.
Nenhum senhor. NINGUÉM!
Geni Mariano Guimarães (Axé - Antologia Contemporânea de Poesia Negra Brasileira, Global Editora, Organização Paulo Colina).
terça-feira, 10 de maio de 2011
No Dia 13 de Maio, Cativeiro Acabou?!
13 de maio está chegando, o que comemoraremos?!
"No dia 13 de maio, cativeiro acabou, e os escravos gritavam, liberdade senhor!" (trecho de música)
13 de maio de 1888, foi assinado a lei Aurea ocorre a abollição da escravatura no Brasil
Como diz um canto de capoeira interpretada por Carolina Soares: "O negro foi jogado na rua, essa lei não adiantou" (trecho do canto lei aurea, Carolina Soares).
Hoje comemoramos esse dia?
13 de maio não é nosso dia, não é dia do negro comemorar, a História nos mostra que a lei aurea foi assinada por pressão da Inglaterra, não foi bondade e generosidade da Princesa Isabel.
Brasil perderia muito economicamente continuando com o mercado escravocrata, perderia alianças políticas importantíssimas.
O negro mais uma vez saiu perdendo, como disse no ínicio o governo brasileiro deu a "liberdade" para os escravos, porém, não deu estrutura nenhuma de sobrevivências para esses homens e mulheres que foram arrancados de suas terras, trazidos para cá, trabalharam como escravos, foram açoitados, maltratados, humilhados e no momento de serem "livres", são tratados novamente como bichos.
13 de maio é um dia para reflexão, para conheçermos um pouco mais da sujeira da Lenda da abolição da escravatura.
"VIVA 13 de maio, negro livre no Brasil, mas a bem da verdade foi o 1º de abril." (trecho da música do Maracatu Nação Porto Rico).
"No dia 13 de maio, cativeiro acabou, e os escravos gritavam, liberdade senhor!" (trecho de música)
13 de maio de 1888, foi assinado a lei Aurea ocorre a abollição da escravatura no Brasil
Como diz um canto de capoeira interpretada por Carolina Soares: "O negro foi jogado na rua, essa lei não adiantou" (trecho do canto lei aurea, Carolina Soares).
Hoje comemoramos esse dia?
13 de maio não é nosso dia, não é dia do negro comemorar, a História nos mostra que a lei aurea foi assinada por pressão da Inglaterra, não foi bondade e generosidade da Princesa Isabel.
Brasil perderia muito economicamente continuando com o mercado escravocrata, perderia alianças políticas importantíssimas.
O negro mais uma vez saiu perdendo, como disse no ínicio o governo brasileiro deu a "liberdade" para os escravos, porém, não deu estrutura nenhuma de sobrevivências para esses homens e mulheres que foram arrancados de suas terras, trazidos para cá, trabalharam como escravos, foram açoitados, maltratados, humilhados e no momento de serem "livres", são tratados novamente como bichos.
13 de maio é um dia para reflexão, para conheçermos um pouco mais da sujeira da Lenda da abolição da escravatura.
"VIVA 13 de maio, negro livre no Brasil, mas a bem da verdade foi o 1º de abril." (trecho da música do Maracatu Nação Porto Rico).
segunda-feira, 9 de maio de 2011
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